sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Crônicas no olhar - Homem bonito?

Homem bonito?


Nas memórias de uma infância bem divertida com direito a brincadeiras de rua e risos escolares, aprendi querendo desaprender que homem não acha homem bonito.

Naquela cabecinha de moleque, isso virava um turbilhão de dúvidas.
Pai acha filho bonito.

Mãe acha filho lindo.

"Bonitão meu mano", dizia meu irmão.

Príncipe da primavera na escola era o loirinho, mas eu achava mais Príncipe o negro sorrisão amigo meu.
Os monitores de sala de aula eram só os bonitos? 

O belo e o maldito sempre me permeou. Por isso, o caos!

Entre amigos era o maior tabu achar o outro bonito. Dizíamos que era "legal". Eu tapeava: os bonitos sempre foram bonitos e os feios sempre foram lindos. A nítida tradução do "foradocontextopontocom".

Aqui na base do meu peito eu sei que isso é uma grande dose de preconceito social e racial. Naqueles tempos nem passava na cabeça. Ainda acreditava que o Brasil fora descoberto e não roubado.

Nos fizeram crer que a família Doriana era o mote social perfeito até que veio a menina da Claybon e comeu todo mundo. E foi aniquilada.

Beleza é uma bosta, porque ela está inerente à descarga que você dará nela.
Prefiro viver a vida amando as pessoas e classificar a beleza conforme as ações são realizadas.

E daquelas lembranças fica a memória e a fortaleza de poder dizer que o homem é bonito sim. E mulher também. E ser humano idem.

E se você associar isso à viadagem, tem um quilo de roupa no seu tanque para lavar. E se achar que isso é serviço para mulher, desmaie.

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