sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Conversas do cotidiano - O dia em que a noite chegou cedo

Conversas do cotidiano
(O dia em que a noite chegou cedo)

Dia pós-traumático, para muitos, já que o dia cedeu à noite, uma oração, uma súplica.
Dois "manos". Um de calça de moletom preta, com um casaco de moletom cinza com forro e uns desenhos em forma de Minie Mouse com um laçarote na cabeça da ratinha. O outro, tão chocado com a Minie que nem reparei. Dia mais ou menos frio.
Mano 1 - "Se" é louco. Ficou tão escuro ontem que pensei que ia acabar o mundo. 
Mano 2 - Acabar nada. O mundo já acabou mano.
Mano 1 - É sério. Já ouvi uma lance assim. Um tal de Nostradamus disse que o mundo ia acabar. Nunca tinha visto, ficou de noite rápido.
Mano 2 - Esse cara aí, o Nostro...nostro...
Mano 1 - Damus!
Mano 2 - Sabe porra nenhuma. Ele tá vivo ainda? Vai ver que já morreu.
Mano 1 - Já morreu porra. É antigo.
Mano 2 - Então? Já morreu e quer dar opinião?
(Mano 1 pára, pensa e resolve ficar quieto).
Mano 2 - A Aline, minha mina, falou que a mãe dela se trancou em casa, ligou pra ela e começou a rezar.
Mano 1 - "Se" é louco! Dá medo mesmo. E aí?
Mano 2 - Deve ter rezado uma pá.
Mano 1 - Quem tem cú, tem medo.
Mano 2 - Foda!
Mano 1 - Será que hoje vai escurecer de novo?
Mano 2 - Não. Acho que não. Se tiver hoje o cara lá tem razão.
Mano 1 - Que cara?
Mano 2 - O nóia do Nostromundo.
Mano 1 - É Damus porra!
Nem Nostradamus entendeu a Minie exposta naquele cara! Disso eu tenho certeza!

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