sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Crônicas no olhar - Caminhos

Caminhos
Eu adoro estradas. Sempre gostei! Todos os filmes que têm longas estradas me fascinam muito. Aquela solidão, liberdade, meditação sobre rodas, boa música. Tem um mistério e uma beleza ímpar também. E com essa paixão, descobri uma outra: o caminho.

O caminho por si só é a passagem para a transformação. Nos meus aprendizados, funções, observações, criações, ofício o caminho é aquele ponto que valorizo mesmo.
Quem mora em São Paulo ou por aqui já pipocou , provavelmente já ouviu falar da Vila Olimpia. Para alguns uma espécie de Miami Beach sem praia. Recheada de prédios elegantes desfilando uma arquitetura moderna, jardins bem cuidados, shopping moderno e trem do lado.

Eu que vou do subúrbio para lá, observo. Observo o caminho.

Quando a garota popular do bairro vai subindo as escadas da estação, a coluna vai ficando ereta, o sorriso some e dá lugar a uma carranca inca, um terço da educação vai sendo colocada no bolso, algumas até trocam a rasteirinha ou o tênis por um sapato de salto que deve ter custado uns 400 pilas na Vila Olimpia. Rapazes e suas calças que realçam as bundas caminham a passos firmes sem nem olhar pro lado onde uma desavisada joga Candy Crush andando na marcha. Vai ser atropelada! Eu já vi! E ri.

Aquele caminho do trem para a Vila, uma engenhoca chamada passarela tem um poder "poderosíssimo". É um caminho que transforma também. Ue!

Mas o mais importante que na hora do almoço entre ternos, sapatos Luís XV e celulares última geração todo mundo paga com tíquete almoço, que não dura um mês.
No final do dia, quase noite, sob o travesseiro, fiquemos atentos ao caminho do sonho. O meu é repleto de personagens. Uns esquisitos!

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