ano novoVão-se os panetones, frissons natalinos e alegria geral e chegam os sonhos, as vontades, os focos, os projetos, os quereres. Ano novo, projeto novo!
Outro dia conversando com um amigo, discutíamos sobre o que está sendo feito no teatro, hoje, aqui no Brasil, que desperte o interesse das pessoas. O que nos fazia levar ao teatro? O tema, diretor, elenco, história, encenação ou simplesmente curiosidade. Chegamos em algumas possíveis respostas, mas uma única: Vá ver! Vá ter a sua sensibilidade acessada sobre a obra feita, seja de qual montagem for. Deixe a curiosidade nocautear os paradigmas criados. Permita-se! Desarme-se de argumentos seus e aproveite! Afinal de contas, é ano novo e pense em mudar o velho pensamento.
Em tempos de projetos novos, nossa capacidade de criatividade ou criação deve alcançar patamares suspensos. Eu sinto uma ânsia enorme quando penso num processo de criação de espetáculo, ruidosamente experimento, provoco, penso, modifico, os atores ficam em trânsito.
ideiaÉ uma verdadeira máquina de pensar. Pode ser o caos? Pode. O caos é muito interessante, ele desarma o correto, o lugar conhecido depositado nas nossas mentes. Em teatro, o mais interessante é o lado não visto, é o lado vivido. Mas não pode ser “o suprassumo da filosofia Neanderthal” – aquilo que chamamos de masturbação filosofal bruta. Popularmente conhecida como despirocada teatral. (ah ah ah) Teatro é agente modificador, artístico, que produz uma reação de sorriso, choro ou devaneio.
Portanto, deixar o umbigo de lado é primordial. Não no processo, que é uma máquina em funcionamento e merece ser amplo nos desdobramentos, mas sim no resultado final, que é o produto apresentado aos olhares externos. O público é nosso objetivo e o umbigo deve ser deixado enfaixado, pois a vida se desdobra na ruptura do cordão umbilical, no momento em que começamos a assumir nossa personalidade de viver. No teatro não é diferente. É uma gestação.
A ideia vem, fecunda, desenvolve, joga toda a gama de amor, dúvidas e ansiedades, provoca o caos. É o desenvolvimento. Na hora do parto, acompanhado do choro, há de surgir um belo e delicioso sorriso. Do público!
bowiePS – Mister David Bowie, nosso camaleão do rock disse adeus a nós. O que falar desse cara que eu tive o prazer de ver aqui no Brasil num show para lá de autoral. Bowie é aquele tipo de artista que fará falta à nós todos, pois sua influência na música e no comportamento mundial ficou clara com a “bombástica” repercussão de sua morte. (Eu fiquei sabendo de madrugada por uma linda amiga, que mora em Estrasburgo, na França, pelo aplicativo Whats up, às 3:00 horas da manhã). Isso se deve, exclusivamente, por Mr. Bowie ser quem foi. Um camaleão. Ah, e era bom ator. Furyo, em nome da honra que o diga. Vá Bowie, encontre-se com Marília e juntos, cantem para nós.
Happy new year !!!!!!
Indicação
  • Livro para ler: Yerma, de Federico García Lorcayerma
Yerma é uma mulher que vive o drama de não poder conceber um filho. Busca de todas as formas engravidar e enfrenta a indiferença do marido, Juan, que não demonstra nenhum interesse em compartir da sua angústia. Imperdível tragédia de Federico García Lorca