Conversas do cotidiano
Eu não gosto de supermercado, hipermercado, prefiro vendinha, empório.
Não gosto, porém, tenho que ir. Se só fizéssemos as nossas vontades...
Fila de caixa de um atacado, a moça que me atenderia estava de prosa com a outra caixa do lado. Eu ainda estava longe. À medida que ia falando, elas faziam expressões faciais dignas de um vaudeville. Eu observava esperando e à minha frente duas mulheres conversavam:
Não gosto, porém, tenho que ir. Se só fizéssemos as nossas vontades...
Fila de caixa de um atacado, a moça que me atenderia estava de prosa com a outra caixa do lado. Eu ainda estava longe. À medida que ia falando, elas faziam expressões faciais dignas de um vaudeville. Eu observava esperando e à minha frente duas mulheres conversavam:
Mulher 1 - Eu hein, não compro mais ovo em mercado. Não tem gosto. Parece que tá comendo uma bucha de banho.
Mulher 2 - Verdade! Mas é tudo, Tonia. Nada tem sabor mais. Até açúcar tá amargo. Essas duas só ficam dando risadas e a gente aqui. (olha para mim buscando uma cumplicidade)
Mulher 1 - Tem um açúcar que é escuro, parece que é sujo. Esse governo só dá porcaria pro povo.
(Começo a ouvir a conversa das caixas enquanto as mulheres são atendidas. Elas estão animadas e a caixa séria passa as mercadorias e continua conversando com a amiga)
Caixa 1 - "...ela foi mandada embora. Mas ninguém sabe direito o que foi?"
Caixa 2 - Tenho certeza que foi por causa dele. Eles viviam de cochicho.
Caixa 1 - Mas ela vivia dando em cima dele e sabe por quê ele nunca quis?
(As mulheres saem e chega minha vez, coloco minhas coisas na bancada)
Eu - Boa tarde!
(Menção com uma meia boca)
Caixa 1 - CPF? ...Você sabe que ele não gosta de mulher né?
Caixa 2 - Eu sei menina, todo mundo fala. Deve ter separado porque a mulher dele deve ter descoberto.
Caixa 1 - Ele tem uma filha. Mas burra é ela que forçou a barra e agora, ó rua. $ 67.37, senhor. Crédito ou débito?
Eu - Débito.
Caixa 2 - Mulher sempre se ferra.
(Parei para conferir meu celular e mais longe ainda ouvi)
Caixa 1 - Você viu aquelas duas antes do moço? Deus nos defenda, duas sirigaitas.
Caixa 2 - O mundo tá cheio de sirigaita. Nota fiscal Paulista?
.....
Lembrei que os ovos perderam mesmo o sabor e desci a rampa.
Mulher 2 - Verdade! Mas é tudo, Tonia. Nada tem sabor mais. Até açúcar tá amargo. Essas duas só ficam dando risadas e a gente aqui. (olha para mim buscando uma cumplicidade)
Mulher 1 - Tem um açúcar que é escuro, parece que é sujo. Esse governo só dá porcaria pro povo.
(Começo a ouvir a conversa das caixas enquanto as mulheres são atendidas. Elas estão animadas e a caixa séria passa as mercadorias e continua conversando com a amiga)
Caixa 1 - "...ela foi mandada embora. Mas ninguém sabe direito o que foi?"
Caixa 2 - Tenho certeza que foi por causa dele. Eles viviam de cochicho.
Caixa 1 - Mas ela vivia dando em cima dele e sabe por quê ele nunca quis?
(As mulheres saem e chega minha vez, coloco minhas coisas na bancada)
Eu - Boa tarde!
(Menção com uma meia boca)
Caixa 1 - CPF? ...Você sabe que ele não gosta de mulher né?
Caixa 2 - Eu sei menina, todo mundo fala. Deve ter separado porque a mulher dele deve ter descoberto.
Caixa 1 - Ele tem uma filha. Mas burra é ela que forçou a barra e agora, ó rua. $ 67.37, senhor. Crédito ou débito?
Eu - Débito.
Caixa 2 - Mulher sempre se ferra.
(Parei para conferir meu celular e mais longe ainda ouvi)
Caixa 1 - Você viu aquelas duas antes do moço? Deus nos defenda, duas sirigaitas.
Caixa 2 - O mundo tá cheio de sirigaita. Nota fiscal Paulista?
.....
Lembrei que os ovos perderam mesmo o sabor e desci a rampa.