quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Conversas do cotidiano - Tempo

Conversas do cotidiano
Tempo
Apoiado no "pole dance" matinal, escuto, atrás de mim, um sotaque nordestino com erros medonhos de português, vindo de uma conversa de um homem e uma mulher.
Homem - Ele estava lá, parado como sempre.
Mulher - 62 anos ele vai fazer. Eu quando vou no "shop", desço no Campo Limpo não no Capão. Não vou nesse "shop"."Shop" ruim, não tem nada.
Homem - Hum Hum
Mulher - Ele não sai da "ara". Fica lá com aquele "relójo" "véio", "fédorento", "pequenino". "Se" vai "comprá" um "relójo" novo pra ele?
Homem - Quero.
Mulher - Tem uns "grandi". 200 real! No "Shop" tem. Bem bonitão. Ó.
Homem - Qual shopping?
Mulher - Campo Limpo.
Homem - Tu não disse que lá não tem nada?
Mulher - Eta diacho, que calor da peste. Relójo tem. Você entra, aí vira, sobe a escada, escada estreita, feia, vira e vai pra frente, fica lá no fundo, perto de uma loja.
Homem - Hum hum
Neste momento, fui despertado por uma mulher que descobrira o cadarço do seu tênis desamarrado e queria amarrar no meio do metrô cheio. Gritava:
- Desgraça, desgraça.
Ps: Não gosto dessa palavra. E que fique claro, que não estou caçoando de ninguém por falar errado. É só a vida como ela é naquele momento.

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