Quem dá a cara a tapa?
Quem tem que pensar em tempo? Nos tempos?
Quem tem que enfrentar chuva, sol, trânsito, mãe brava?
Livros, escolas, cópias, leituras, riscos e rabiscos, quem?
Eu!
Olhos ansiosos, dispostos, lacrimejantes, lacrimosos.
Peito ardido, feliz, contente, ora triste, baqueado.
Cabelo preto, castanho, louro ou careca,
Concentrado, quem?
Eu!
Aluguel para pagar,
Namorada que não entende o atraso,
Namorado que dorme e janta sozinho,
Fico pelo caminho, tentando chegar,
Estudo no transporte coletivo e sigo sozinho
Eu!
Sento na “net” e tento trabalho, telefono… um teste?
Falo com amigos, quando os tenho,
Peço ajuda, emprego, voz!
Muitas vezes, sigo sozinho,
Apaixonado.
No ensaio sou um, dois, três, quatro, sei lá!
Não me importa, eu gosto.
Escolhi esse caminho, meu pecado é esse!
Doce pecado, amado tablado.
Sorrisos e frustrações, claro!
Jogo a perna, o pé, o corpo, danço!
Sou cobra, coringa, homem ou mulher.
É bom, hein!
No começo parecia que tudo ia dar certo.
Os olhos encontravam sempre com outros também vibrantes, fortalecia.
Força, fé, vontade, garra e guerreiros da arte, na arte!
No meio, um gole de crueldade, solidariedade,
E muito mais vontade, ora confundida com insanidade.
Cobranças…
Cada processo é um recomeço.
Cada recomeço é um processo.
E a vida segue a passos… Saborosos!
Afinal não sou vítima de nada.
Faço o que gosto e me proponho,
E no final recebo aplausos… ou não!
Quem?
Ser ator ou estar ator?
Eis a questão!
A resposta é fácil, ser é exclamação!
Sou!