Analisando o texto teatral – Parte II
Dedéu! Taí, promessa é dívida. No artigo anterior, prometi descobrir a origem do verbete “longe pra dedéu”. Uns dizem que a gíria veio junto com os hippies nos anos 70, outros que é o nome de uma expressão da Idade Média – D’Edel – que significava nobre. Mas gostei da versão que se explica por uma crença popular. Um homem – Dedéu – que tinha pernas muito longas e chegava rápido em qualquer lugar. Um certo dia, foi procurar uma cachoeira dentro de uma floresta e nunca que aparecia essa cachoeira. Um dia todo percorrido com longas pernas, eis que ele desiste. “Se o lugar era longe para Dedéu, imagine para nós? ” Gostei dessa, aliás adoro crenças populares, nos leva longe! Significa muita quantidade ou intensidade. Tudo a ver com teatro!
Continuemos nosso propósito com o texto teatral, iniciando no artigo anterior.
Assunto destacado, o TEMA é o próximo passo. O que a peça aborda? Do que ela trata? Do que se questiona? Pode ser um só tema ou vários. Mas são substantivos! Amor entre irmãos, crise conjugal, solidão, avareza, amizade, crimes, entre tantos. Deve-se tomar um grande cuidado aqui: como sempre há vários temas dentro de um texto, eleja aquele que está inerente à obra e não a estórias particulares de personagens. O olhar tem que ser amplo! Porque o tema deve estar implícito ou explícito nas cenas do espetáculo como um todo.
Assunto e tema em mãos. Uau! Quanta coisa colocada nos questionamentos de mesa! Parta agora para o SUPEROBJETIVO. Que é o pensamento do AUTOR e não seu, ao escrever sobre aquele texto. O superobjetivo justifica as ações dos personagens.
Esse tripé já proporciona um outro olhar sobre a obra a ser construída para os palcos. Não deixará ilhadas, as dúvidas quando elas surgirem. Teremos, então, embasamento concreto para achar respostas.
Mas querem saber? Conheço uma pá de atores que odeiam fazer trabalho de mesa. O resultado a gente vê no palco. Mas tem gente que não liga mesmo. Mas eu ligo! Um beijo e um queijo!
Indicação
- Livro para ler: Plinio Marcos – A crônica dos que não tem voz
Plínio faria 80 anos agora neste mês de setembro. Leitores, é fundamental ler, ao menos, uma obra deste “craque” da dramaturgia nacional.
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