Mulheres, Mulheres, Mulheres, Mulheres!
Por Admir Calazans *
No mês das mulheres, o tema é a mulher. A mulher no teatro.
Certa vez, uma corajosa atriz francesa – Therese du Parc (La Champsmele) – ganhou notoriedade por ser a primeira mulher a pisar num palco como atriz. Integrante da trupe de Mólière, se aventurou na trupe de Racine e carrega consigo o título de primeira mulher – atriz – que interpretou Fedra. Ela abriu caminhos.
Graças à essas pérolas – as personagens mulheres – nós temos o privilégio de termos atrizes com percepção aguçada e emoção esvaindo do esterno para o corpo afim de nos tirarem da zona de conforto (que aliás é a maior causa da preguiça exacerbada), e nos fazer pensar sobre o homem. E não precisa estar num teatro gigantesco para isso. Já viajei na história de um personagem de teatro de rua e fiquei de quatro.
O Teatro sempre teve muitos personagens para a mulher/atriz deleitar-se a gosto. Só para citar algumas: Desdêmona (Otelo), Lady Macbeth (Macbeth), Neusa Sueli (Navalha na carne), Fedra (Racine), Blanche DuBois e Stella (Um bonde chamado desejo), Alaíde (Vestido de Noiva), Solteirona (No natal a gente vem te buscar), Joana (Gota d’água), Tereza Carrar (Os fuzis da senhora Carrar), Nina (A Gaivota), dentre tantas outras que não lembrei para escrever aqui. Ah, e os homens-atores também podem aventurar-se a vestir esses personagens. Vale a concepção da encenação. Essa é a democracia teatral!
Esse nosso país é um tesouro cênico porque a riqueza é tão infinita que não dá para colocar num papel, os milhares de trabalhos femininos que eu já tive a oportunidade de ver e emocionar. A mulher, com sua capacidade de “sobreolhar” é mola propulsora desse fazer teatral. E isso porque nem me ative as diretoras, dramaturgas, técnicas, operacionais. O mês de março não é nada perante os outros meses em que elas se mantêm, lindas, guerreiras, firmes, mães, filhas, íntegras, emocionantes, mulheres. O mês de março é a simbologia de um ano inteiro.
Vivam as mulheres! Vivam e nos ensinem que amar sempre vale a pena!
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Indicação
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A fim de minimizar as agruras da guerra, as mulheres gregas, lideradas por Lisístrata resolvem fazer greve dos deveres do casamento aos seus maridos. Agindo assim, exigem um acordo de paz.
Lisístrata é um retrato de seu tempo e da civilização ocidental. Um retrato bem-humorado, no entanto: inversões de papéis e situações absurdas e carnavalizadas marcam o texto. Nas entrelinhas desta obra-prima do pai da comédia, o que se vê é a discussão de temas tão sérios quanto atuais, como o a paz e a democracia, o amor à pátria e o preço da guerra. Escrita na época em que as mulheres não subiam ao palco.
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