segunda-feira, 1 de junho de 2020

Diálogos do cotidiano - Medo

Diálogos do cotidiano
Medo
Homem - Sabe? Eu ando tão sem fazer nada que o fazer nada já está cansando.
Mulher - Mas você tá usando máscara?
Homem - Se uso! Tenho é muitas. De toda cor e até do Bolsonaro eu tenho.
Mulher - Joga fora essa peste! Deve é tá com o vírus, por isso que você tá cansado.
Homem - Hã?
Mulher - É óbvio.
Homem - Não entendi Rosa.
Mulher - Esse presidente não gosta de máscaras e se ele tá na sua, então tá pesada.
Homem - Mas eu ganhei.
Mulher - Pior! Quem te deu não gosta de você.
Homem - Foi minha mulher.
Mulher - Devolve pra ela.
Homem - Ela vai me xingar. E quem vai ficar cansada é ela e vou ter que fazer tudo em casa. Eu não.
Mulher - E o que tem demais. Você come e dorme lá. É sua casa.
Homem - Mas Rosa, ela é brava. Você não conhece?
Mulher - Estranho ela te dar uma máscara do Bolsonaro. Ela tem ódio desse homem. Eu também. Deus me livre! Quer que todo pobre morra.Vive falando de Deus e eu nunca vi este homem num culto.
Homem - Ele é esquisito mesmo.
Mulher - Então porque não joga fora essa porcaria?
Homem - (risos nervosos) Se Dalva perguntar da máscara e eu dizer que joguei fora, ela me mata.
Mulher - Então você tá com medo dela.
Homem - E eu terei medo dela? Tô só cansado de não fazer nada.
Mulher - É medo. Vai assume e joga fora essa porcaria. Você vai ver como vai melhorar.
Homem - Vou jogar, mas não fala pra ela.
Mulher - Eita homem medroso.
Homem - Só tenho medo do corona.
Mulher - De Dalva também! ...Eu tenho medo de não conseguir pagar meu aluguel.
Homem - Medrosa! Quer uma máscara?
..... a cara e o riso de Rosa era cativante... e lá se foram, com sacolas de verduras na mão.
Verdura é essencial?

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