Analisando o texto teatral
Texto! Esse é o primeiro documento que nos chega às mãos quando pensamos em montar algum espetáculo. E entende-lo é o primeiro passo para que os pensamentos da direção, encenação, elenco e técnicos caminhem na mesma proporção. Daí chegamos a um trabalho que está quase em extinção: o trabalho de mesa.
No trabalho de mesa, vamos analisar o texto e o caminho é extenso. Há trabalhos de mesa que duram uma série de encontros. Esses são bons! O objetivo de uma análise de texto é proporcionar atalhos criadores para a concepção do espetáculo, por parte de todos. Ao elenco, cabe aplicar a seus personagens, ações dramáticas e conflitos.
A comunicação do texto ao público é a primeira vontade para a concepção por parte do diretor. Numa real análise da forma e do conteúdo, onde se descobre e discute todos os porquês do texto, essa comunicação fica mais próxima da realidade. A quantidade de assuntos e abordagens para esse trabalho de mesa é enorme. Vou escrevendo sobre os assuntos por partes, caso contrário, o artigo seria muito extenso. Partimos da ideia de que uma peça, um texto dramatúrgico tem uma vida. Ela foi escrita por alguém que viveu em determinada época, acirrada por motivos econômicos, sociais, culturais, pessoais, históricos. Dentro do contexto da escrita tem o enredo, o gênero ao qual foi concebido, as personagens, as ações, os conflitos, antagonistas, protagonistas, apoios. Isso pode ser claro dentro do texto ou não.
Vamos lá!
Sorria! Argumente! Pense! Deixe as impressões virem à tona, elas são genuínas, naturais e serão muito importantes para se medir as primeiras impressões que o público terá com esse texto representado/interpretado no palco. Aos atores, nada de fazer pré-pesquisa de quem é o autor, quem montou, quantos prêmios, quantos jabutis, quantos nhenhenhém. Não precisa! Isso atrapalha! Isso aumenta um ego bobo! Parta do zero! Parta da semi-ignorância ou ignorância. Só anotem nos seus textos todas as indagações, curiosidades, ideias, risos e dúvidas. Esses sim, serão importantes para se dar vida ao texto.
No próximo artigo, continuo falando sobre isso. Porque tem coisa pra dedéu! Aliás, o que quer dizer dedéu? Vou pesquisar! Um beijo e um queijo com patinhas de caranguejo! Não, só o beijo está bom!
Indicação
- Livro para ler (e analisar): O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
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