terça-feira, 4 de agosto de 2015

Poesia minha - Aparelho celular



Aparelho celular


Outro dia ouvi no silêncio barulhento de conversas de celular
Um sarcástico sorriso no transcorrer da lotação
De cheia, lotada, ao cheiro do fim do dia, a volta ao lar
Imaginei o sarcasmo voraz no rosto talvez inocente de um cidadão

Deve estar aprontando alguma arte de arteiro
Ninguém percebeu, só eu, curiosidade de homem
homem artista, homem humano, será?
Penso, logo existo. Eu e o celular, grande homem!

Que tirou a minha gostosa sensação de falar
Observar os olhos, os cabelos, os movimentos do rosto
As intenções das palavras, o movimento indicador dos dedos
Grande gosto deposto.

Mas, cuidado, celular não é uma arma!
Alento à alma para uns
Maquininha de relação para outros
Para mim uma ponte de comunicação
Que não apaga a alma.

E a lotação foi se esvaziando
Fui ficando sozinho como quando estava
Quando lotado o transporte passeava
E ninguém se olhava!

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