quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Cronicas no olhar - $ 10,00 o quilo

$ 10.00 o quilo.

Nabisca era fechada com ela mesma na solidão, mas na frente dos outros era popular, moderninha e de boa ética.
Jocasto era um brigador social, uma vírgula contrária já enervava e vinha textão à exaustão. Chato.
Bolivar não sabia onde era a Bolívia e o Brasil. Pra cá veio e aqui...trabalha.
João Antônio era o típico gerente de meia pataca. Só esperando a aposentadoria chegar. Ria pra quem achava ser de interesse e maltratava todos os menores aprendizes risonhos.
Maria achava a humanidade esquisita. Na cabeça dela como poderia o peixe vivo viver fora da água fria? Não se encaixava naquilo e já planejava sua demissão. Tinha olhos pretos e grandes.
Jarbas olhava para todos os rapazes e nunca era notado. Entre seus amigos dizia que paquerava os "bofes" todos.
Marques era segurança desses que usam terno alinhado e cabeça raspada. Cara de mal. Mas era um flor. Carnívora!
Betânia não tinha nada da cantora baiana. Nem de longe. Era boazinha demais. Sofria com isso porque queria ser má. Tomava remédios à esmo. Dorflex era chiclete.
Todos se encontraram dentro do elevador daquele prédio enorme coberto pelo sol escaldante. Ninguém falou com ninguém. Apenas eles e seus celulares penúltima geração.
E a cada desembarque uma baforada luxuosa.
Sobrou Bacalhau, que ninguém viu e que nem celular tinha.

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