“Descobri em você a vida. Verdade!”
Esse gesto de observar e refletir (ainda bem) tenho comigo desde cedo. Não me acovardava com as ameaças do meninos maiores e nem com o cachorro que rosnava na rua, nem com notas baixas e irregulares da escola. Nunca fui por esse caminho, porque sempre achei que a verdade é algum mistério que não temos capacidade de ter nas mãos. Podemos supor, mas não podemos viabilizar a verdade. Ela existe, claro! Mas o maior barato é o caminho para tentar chegar até lá. O que tem no fim do arco-íris? Um pote de ouro? Talvez um pote de glitter para você criar o seu tesouro. Ou nada para desafiá-lo à encontrar algo.
Muitas vezes, sou instigado pelo diretor da minha companhia para trazer a verdade à tona. “Vai Dimi, com verdade, Vai!” Putz, é difícil viu, não é mágico. É interior. Mas é uma busca mesmo. Essa busca pela verdade cênica é crucial para encontrar as verdades do personagem que te levarão ao jogo com o outro ou consigo mesmo, pois lhe dará alicerces e engrenagens para mover a ação, para reagir, para ilustrar, para compor o espetáculo. E não tem fórmulinha mágica. É estudar, pegar tua maleta de características, textos, jogar e sentir! Verdade Cênica não é verdade real.
Ah, e pegaram Jesus pra Cristo! Tem até umas rolinhas por aí… Vou soltar a minha.
Beijos verdadeiros
Ps: O título do texto é extraído da música Verdade de Carlos Santana e Nelson Rufino, interpretada por Zeca Pagodinho.
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Indicação
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Otelo é uma tragédia onde o mote alavancador é a amizade traída que gera ciúmes. Otelo, o mouro, brilhante batalhador das terras de Veneza, vê-se frente à sua amada Desdêmona numa situação de conflito causada por uma trama ditada por Iago. Surpreendente!
Um ótimo exercício para trabalhar a verdade cênica.
Nas melhores e piores livrarias!
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